domingo, 13 de setembro de 2015

O QUE TEM NO CORAÇÃO DO POETA?

No coração do poeta tem um ponto,
ponto de fuga 
para qualquer realidade alheia a sua

No coração do poeta tem...
um pouco das estrelas e um pedaço da lua
tem um pouco de si
muito dos outros
tem muitas histórias e estórias,
contos de fada coisas de mentira.

No coração do poeta tem amor
E também dor
tem um mundo que não é seu,
mas adoraria estar dentro de qualquer eu.

No coração do poeta tem ilusão,
melancólicas canções,
uma beleza sem fim
e uma esperança para mim,
para os passantes e para os dançantes

No coração do poeta tem
tudo e nada
não consegue dizer com fala
e não consegue expressar com palavras,
são coisas tão leves,
que só de sair do coração 
o vento leva
e deixa a necessidade de dizer
o que se pensou ser dito.

Por: DARLAN GROSSI

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

SEIS ANOS DE AMOR

Houve um tempo em minha vida, em que eu vivi um exílio de mim mesmo,  as vezes a vida que levamos é tão ácida e venenosa que andamos para um precipício achando que é a decisão mais sabia de todas, nesses momentos pensamos ser os donos da verdade, quando vai se dar conta... Só se houve: Era um rapaz tão jovem, um menino tão inteligente... um futuro desperdiçado, MAS ESSE NÃO FOI MEU FIM.
Quando eu despertei, em mim existia a lembrança da beleza e da pureza da infância, nesse momento eu já estava tomando gosto pela vida novamente, resgatando-me de mim mesmo, aprendendo a me amar, até ali tudo o que eu tinha aprendido era uma mentira lúdica e sem sentido que as pessoas confundem com amor, mas foram bombas chamadas paixões, a cada relacionamento eram jogos de interesse de ambas as partes, isso vai dessensibilizando o ser humano.
Um período cruel e cru, cheio de duvidas e dividas, de identificar onde era meu cativeiro e o que precisava fazer para me libertar.
Não queria mais amar ninguém antes de reaprender a me amar, foi ai que você entrou na minha vida. Sem você nada disso seria possível, eu não teria conseguido chegar até onde cheguei, e olha... já andei muito, mas suas palavras de força foram fundamentais nesse trajeto percorrido; suporta o que suportei, as dores amargas da vida foram mais fáceis de serem suportadas porque as vezes toda a virilidade não é o bastante e preciso de um ombro pra chorar; viver o que vivi, não teria sentido sem ter alguém para compartilhar e vê o que vi em seus olhar não verei em olhar nenhum nessa vida e um sorriso como o seu não vou encontrar nem na Miss Universo.
Muito Obrigado Pelos 6 Anos Juntos J.S.P.G.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Quando acontecer aqui...

Quando acontecer aqui...



Uma vez vieram e atentaram contra Israel.
Como não sou de Israel, não me incomodei.

Em outro episódio abalaram com a segurança dos Estados Unidos.
Eu não sou americano, eu era apenas uma criança e nada fiz.

Certa vez se ofenderam com uma charge desrespeitosa na cidade luz.
Je suis le ne France, então nem me incomodei.

Tornaram-se mais extremistas e mataram até os seus.
Eu não era um deles, apesar de chocado, continuei calado.

Fizeram chacinas sangrentas no Quênia,
Não sou queniano, então nada fiz para ajudar aquele país.

Permaneceremos de braço cruzado? Enquanto ao medo não esta em nosso lado?
Quando alcançarem o Brasil o restante do mundo já não existirá para reclamar.

Darlan Grossi

Esse poema foi escrito originalmente por Maiakovski foi chamado de “E porque não dissemos nada…” posteriormente foi adaptado para a realidade social em que vivia o Bertold Brecht (1898-1956) e esse resolveu chamar sua adaptação de “Como eu não me importei com ninguém”, em 1933 um homem chamado Martin Niemöller se tornou  símbolo da resistência aos nazistas ao públicar sua versão do poema chamou-a de “já não havia mais ninguém para reclamar…” essa versão é a mais conhecida reinterpretação da obra, caso queiram conhecer cada uma das versões sitadas acima no texto elas estão abaixo em ordem cronologica.

 


Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

Maiakovski

COMO EU NÃO ME IMPORTEI COM NINGUÉM


Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)

JÁ NÃO HAVIA MAIS NINGUÉM PARA RECLAMAR...


Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar…


Martin Niemöller, 1933 – símbolo da resistência aos nazistas