quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A Praça das Ilusões

A noite surgia e junto dela aquela mistura de cheiros, sons e pessoas era peculiar ao lugar; batata frita em óleo velho, pipoca, a fumaça da poluição dos ônibus que tinha sua característica especial, o barulho dos trens que passavam lotados na estação em frente à praça, as buzinas dos carros apressados, aquele lugar era especial para nós e seu momento mais glamoroso era na hora do rush, quando abríamos mão das horas que poderiam ser perdidas nos ônibus e trens espremidos como sardinha enlatadas, um castigo até para o mais vil pecador, para viver nossos devaneios entre pedestres, moradores de rua, pombos, recrutas, normalistas e vagabundos estávamos nós da centenária Escola Técnica Visconde de Mauá, pensava eu naqueles tempos de estudante que ali estava a liberdade juvenil, um trago no cigarro, um gole na cachaça com refrigerante (tomba) sem se importar com que os passantes pensariam ou do que acharia minha mãe quando chegasse em casa com aquele cheiro de bebida barata preferida dos que vivem na sarjeta. Nos divertíamos, acreditávamos estar vivendo a vivacidade de quem já viveu o suficiente para virar lenda ou contar histórias, gente como a gente que nasceu ou morreu na libertinagem juvenil e hoje toca em uma banda famosa, escreveu um livro legal, virou artista e foi dar uma entrevista para o Jô Soares, tantos passaram por essas ruas, quantos não ficaram por essas ruas? e tantos que saíram delas em saco preto?  Não pensávamos em nenhuma de nossas tragédias pessoais, nem contávamos nossos dramas, investíamos em papos de boêmio carioca que gosta de samba, rock e MPB, em voz e violão, em planos sem perspectiva, era como sonho mas a longo prazo, essas utopias de vagabundo que são bons para uns e outros que conseguem se dar bem na vida, no geral acordamos dessas ilusões quando encontramos um responsabilidade maior; um filho não planejado, a necessidade de trabalhar, um amor longe dali, um novo grupo em um outro lugar ou novas estradas. Mas nem todos tem a sorte de despertar dessa quimera, cujo um dia pensei ser boa para mim, foram  tempos perdidos quando acreditávamos ter todo tempo do mundo sem perceber que até o para sempre, sempre acaba . Ainda bem que esse "para sempre" acabou para mim, se voltasse ali encontraria gente vivendo de mentiras para fugir de suas tristes verdades, pessoas envelhecidas pelo tempo mas com o espirito jovem conservado pela praça olhando o trem passar levar consigo as oportunidades dessa breve vida.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Um dia atípico para um tipico papai Noel

Sábado pela noite, inicio de dezembro centenas de crianças andando com seus pais pelo shopping, comendo, comprando e especialmente tirando suas fotos anuais com o papai Noel. A fila estava dando a volta no corredor do Carioca Shopping nesse ano as crianças alem de falar com o papai Noel elas também iriam poder deixar cartas para o bom velhinho contando como se comportaram e o que queriam ganhar, alguns adultos se achegavam com o intuito de escrever sobre seu amores frustrados, seu ano difícil alem da falta de dinheiro que não permitiam fazer tudo quanto a mídia capitalista lhes ofereciam. Tudo ocorria em sua normalidade quando uma das assistentes do bom velhinho disse as outras: Meninas o papai Noel não quer mais atender...
Entre as meninas ouviam-se: E agora?- Como vai ser? Porém a pergunta que mais se destacou nos ouvidos foi: Por que? E a moça de vestido verde e gorro disse para as outras igualmente vestidas. Uma menininha que passeavam no Shopping veio até o papai Noel eles conversaram sem igual ela arrancou muitos how how how de orgulho do bom velhinho mas quando ele perguntou: O que vai querer Laís? E a menininha veio pedir a cura da mãe que esta indo de mal a pior dia-pós-dia definhando com o maldito do câncer... Todas as assistentes do papai Noel observavam sua companheira terminar de contar a caso, e por fim de forma frustrante o Noel teve que usar de suas simples palavras para falar com a menina, depois de tentar persuadi-las com supostos presentes que talvez ela fosse ganhar de algum parente legal, ele queria esquecer a sua incapacidade de fazer milagres e se ateve em breves palavras finais:Tudo vai ficar bem. Ele poderia ter dito Ide menininhas creia no Deus que faz milagres, mas seu ceticismo não lhe permitia ter fé em Deus. A menina se foi mas deixou o bom velhinho em lagrimas por sua limitação que de fato lhe deixou sem solução diante de um pedido vindo de lábios tão sinceros como os de uma criança, naquela noite não só o papai Noel chorou mas também suas assistentes e todas as crianças que estavam na fila, as porque não iriam falar com o papai Noel e outras porque se compadeceram do bom velhinho.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

BOLSA DE MULHER

     Bolsa de mulher, sempre cheia de estilo e charme, tem de tudo quanto é tamanho e modelo, tem de couro, de lona, de franja, com brilho e envelhecida. Elas podem ser de todos esses jeitos e precisam atender todas as necessidades da mulherada ou quase todas as necessidades, ainda não encontre a purse que faz sexo e muito menos a que paga contas em shopping.
     A grande questão é, como um compartimento pode comportar tantas coisas? Certa vez a pedido fui mexer na bolsa de minha esposa, na época ainda eramos noivos, quando abri aquele ziper dourado me surpreendi com tantas coisas, tudo muito colorido tive a sensação de estar diante da Time Square, olhando aquelas construções e telões bem coloridos, era só uma bolsa, por um instante fiquei tonto só de olhar. Naquele momento pensei na bolsa do gato Felix essa também cabia muitas coisas. Minha noiva apenas tinha pedido as chaves, porém a mão máscula e indelicada começou a mexer e remexer, via-se estojo de maquiagem, agenda, canetas, casaco, óculos de sol, protetor solar, guarda-chuva, creme corpo e uma infindável quantidade de objetos, coisas que até agora me pergunto; para que seve isto? Tudo aquilo ficou tão inexplorável quanto a selva amazônica no período do descobrimento. Instintivamente soltei um audível Ai!!! tirei a mão e vi sangue, me perguntei - Caramba, será que tinha algum Umpa-Lumpa vivendo aqui dentro? talvez uns nativos habitantes do fundo da bolsa? Era só um alicate de unhas perdido.
      É muito difícil para um homem pegar algo na bolsa de mulher, não tiro apenas pela bolsa de minha esposa, já tive que mexer em outras bolsas a pedido e com a devida autorização das donas, quando se é um homem de confiança  sua mãe, suas irmãs e até sua avó pedirão para você pegar algo dentro da bolsa. Mas hoje quando alguém diz pega um negocinho na minha bolsa, eu não e arrisco a pegar o objeto, pego logo a bolsa inteira e levo para a dona se intender com seus pertences, vai que acontece de um dia eu me perder dentro de uma bolsa, esse risco não quero correr. Não sei se os homens conseguem compreender esse objeto feminino que pode levar um arsenal de guerra, um escritório, um salão de beleza, um guarda roupas e o que mais for necessário carregar. Tamanha organização das mulheres para com suas próprias bolsas a ponto de se entender com a bolsa só quem é a dona, e se um homem se atrever a pensar muito nessa logística pode enlouquecer em uma loucura semelhante a daqueles que tentaram acalmar uma mulher de TPM, nesses casos do universo feminino tenho apenas um conselho aos meus amigos: Se afastar é a melhor coisa a se fazer.

Por: Darlan Grossi

terça-feira, 11 de novembro de 2014

FOME! ONDE? e 1 DÓLAR


            FOME! ONDE?

Naquele barraco tem uma família,
Dona teresa não tem comida na mesa
Seu caçula tinha sete e não lia
Quem consegue estudar com tanta pobreza?

Ter um atraso intelectual
Por falta do fundamental
Como podem lutar com igualdade?
O que mais temos é desigualdade.

O governo não faz muito,
A miséria tira férias bem aqui,
E você não tá nem ai.

Quanto menos tem mais doa,
Quanto mais rico é menos solidário fica,
Ignorando o barraco, fingindo, tudo tá na boa.

            Semana passada participei de um mutirão ao qual passamos por algumas ruas da Vila da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, recolhendo alimentos para compor cestas básicas ao qual no fim do ano levaremos a pessoas mais necessitadas do que nós, vimos muitas pessoas ajudando, porém não foi nem 10% das casas que pedimos contribuições que nos ajudaram, algumas nos deram mais do que foi pedido, enquanto outros nos trataram com arrogância e desprezo ao ponto de um homem de aproximadamente cinquenta anos dizer: Fala para o pobre se cadastrar no bolsa família. Logo em seguida deu as costas e entrou para sua casa. Eu fiquei imaginando por alguns segundo se ele já pensou que um pobre que doa sangue pode salvar a vida dele em uma situação difícil, ou que hoje ele pode pensar que tem tudo e amanhã não ter nada, talvez não seja ele mas um de seus descendentes.                Enfim ajudar alguém muito mais necessitado não implica em diminuir suas riquezas terrenas, o seu pouco pode ser o muito para alguém. Nesse final de ano pense em fazer o mínimo, procure uma ONG, igreja ou qualquer outro lugar que tenha um trabalho desses e faça o mínimo.

Deixo abaixo um curto documentário sobre pessoas que sobrevivem na América Latina com menos que 1 DÓLAR por dia, espero que você saiba que mesmo tendo pouco você tem muito.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

MEU PRIMEIRO SKATE

Eu estava curtindo aquela sensação gostosa do descomprometimento com a escola por consequência do fim do ano letivo, a aprovação era certa, naquele ano que eu poderia arriscar em puxar na memória ser o ano 2000, meu pai resolveu levar eu e meus dois irmão para comprar meu primeiro skate e peças para os skates deles, para minha surpresa meu pai acabou comprando um para si. Quem diria o velho pioneiro voltando a ativa, hoje compreendo que meu pai era jovem, mais jovem que muito jovem de hoje.
Naquela tarde chuvosa eles passaram escolhendo lixa, rodinhas, rolamentos e shapes de acordo com a qualidade do produto e eu apenas uma criança escolhi meu skate pelo desenho no verso. 
O pai nos deixou a vontade em relação ao lanche, dezembro o decimo terceiro na conta as coisas pareciam ser mais fácil, eu comi dois croassant com Coca-cola meus irmão se deleitaram em uns três ou quatro salgados, ao fim daquela expedição na galeria River em seu nobre endereço locado em Ipanema, enfim embarcamos no ônibus e voltamos para a Zona Oeste com nossos produtos, atraves da janela respingada de chuva e embaçada eu via um belo momento de minha vida se tornar memória de uma boa tarde entre irmãos.
Ansiosos por andar, meus irmão chegaram em casa e fizeram a manutenção em seus carrinhos(skates), enquanto eu estava pronto para dormir eles estava prontos para sair, minha mãe pediu esclarecimento de onde iriam e que horas iriam voltar. Sabendo que eles iriam andar de skate pulei num despertar, todo aquele sono sumiu, depois de um breve período de insistência eles acabaram levando-me para andar de skate no Polo, nome dado a uma fabrica abandonada perto de casa, ali os jovens daquele bairro fizeram um skate park de improviso onde se faziam manobras não só de skate mas eles também manobravam suas dificuldades de aceitação de um esporte que hoje vai deixando de ser marginalizado e vai ficando elitizado.

domingo, 12 de outubro de 2014

O MEDO NO OLHAR


Foi mais um dia daqueles, cansativo ao extremo, em que você trabalhou como um escravo e usou sua energia mental na escola noturna, vai para casa como um zumbi de cansado, só pensando em dormir para se preparar paro o próximo dia fatigante.

Faz sinal para o ônibus, o motorista não para no ponto. Se quiser chegar em casa é melhor correr, o dia é frio e o personagem dessa história é o filho do meio de uma família de muitas crianças, ele usa um casaco que pertenceu ao seu irmão mais velho, não esta novo mas também não esta velho, da para usar. Ao entrar no ônibus ainda ofegante por ter corrido até onde o ônibus parou, uns cinquenta metros depois do ponto, meteu a mão no bolso com a velocidade de quem esta cheio de adrenalina, e todos olham desesperado para o rapaz esperando o anuncio do assalto, puxou o cartão de passagem e encostou na maquina do ônibus, dessa vez não, apesar de ser pobre, morador de comunidade esse não roubava, levou em consideração os valores passados pela mãe vendedora e o exemplo de bom cidadão do pai mecânico que tem o ensino fundamental incompleto, mas seus conhecimentos são maiores do que de muito engravatado lá do planalto.

Mesmo tendo boa educação, causava-lhe repugnância, os olhares assustados de pavor e tensão era nessas horas que as mentes dos jovens se pervertiam declinando-se para o mau, mas não a esse jovem que queria ter seu rosto estampado nas mídias por algo bom que fez e não por algo mal que afligiu as outras pessoas, porem depois que passou a roleta, botou a mochila para o ombro direito, meteu a mão na bolsa, fez uma cara maliciosa como ele imaginou que faria um assaltante é gritou atenção, vocês pensam que sabem o que se passa na minha mente ou o que eu estou prestes a fazer, vocês até acreditam que vou puxar uma arma, mas saibam que Deus não vê como vocês que julgam pela aparência, a arma que carrego na bolsa é a resposta para o medo de vocês é foi ai que o jovem puxou a Bíblia.

Entre os passageiros daquele ônibus haviam muitos Cristãos, mas o jovem estava muito sentido com aquela situação de negação desceu no próximo ponto sem continuar o discurso, suas lagrimas eram de tristeza, mas mesmo sem entender o que tinha feito ele mudou o conceito de muitos que estavam naquele ônibus.

Nota do Autor

Confesso que enquanto escrevia esse conto pensei em matar esse jovem descriminado, da um fim mais dramático, todavia quem foi que disse que o herói das histórias sempre precisam ser sacrificado? Jesus já foi sacrificado e esse sofrimento é o bastante, mas graças a nossa forma de julgar pelo que vemos, sem ter o devido respeito para com os outros que pessoas matam e morrem em todos os lugares a todo tempo. MUDE SEUS CONCEITOS ou continue sendo um individualista mesquinho que se acha melhor que todos. Lembrando aos céticos, agnósticos e ateus não escrevo com o intuito de convencer ou converter ninguém ao cristianismo, escrevo por que o mundo precisa rever alguns conceitos.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

DESAPARECIDO

"Há um modo de fugir que se assemelha a procurar." (Victor Hugo)


Um cartaz de desaparecido estava a algum tempo nas ruas da cidade, na verdade haviam muitos cartazes, alguns já perdiam a cor com o tempo, e junto das cores ia a esperança de encontrar seus entes queridos com vida. Em especial aquele cartaz que chamou-me a atenção era do irmão de meu amigo Renan e eu fui pessoalmente tomar conhecimento do caso. 

Meu amigo ainda estou preocupado com seu irmão, ele apareceu?
Que nada, ele é cão solto, já sumiu outras vezes quanto tinha menos idade... O problema é a época.
Onde ele estava na outra vez? Ele tem algum problema mental? Tinha algum vicio? Alguma revolta? Sei lá algo que explique?
O silêncio se instaurou... 
Desculpa cara, eu sou seu amigo, não do seu irmão, imagino quanta gente deve tá te fazendo um monte de pergunta chata. Não precisa dizer nada...
Que isso? Você bem disse é meu amigo e bem sei que você é amigo de muita gente e em muitos lugares. Saber nunca é demais.
Fiz um gesto de assentimento com a cabeça e ele prosseguiu.
A ultima vez... Ele tinha uns 13 anos, vivia como Nômade, porém ficou um tempo nas ruas da lapa, onde aprendeu toda a malandragem dos meninos de rua, era menor e queria se fez maior, vendendo bala no ônibus para viver sua vida errante descobriu que conseguia muito mais dinheiro do que eu conseguia trabalhando no McDonald's. Conheceu a noite como uma diva glamourosa que se apresentou a ele escondendo todo o perigo que ela poderia oferecer-lhe. De certo Fernando inocentemente foi apresentado para a maconha, enquanto eu nunca tinha fumado um cigarro simples e já era paparicado por algumas mulheres que cuidaram dele nesse tempo, disse-me que aconteceu ele provou e gostou, elas também gostaram e passaram a se vender para ele por um preço muito abaixo do mercado das prostitutas enquanto eu ainda era virgem.
Ele poderia estar mentindo.
Tenho certeza de que não era um mentiroso e creio que nem tenha problema mental. Pois quando volto o seu celular não parava de tocar e uma vez que atendi enquanto Fernando estava no banho era uma das primas que ele conheceu nos seus tempos de andança.
Ele disse o motivo da primeira partida?
Não, mas eu creio que seja pressão, cobranças que a vida faz a todos nós, quando nós perguntávamos ele dizia que precisava espairecer, mas esse espairecer dele durou um tempo de seis meses.
E o que você acha disso tudo?
Ele é esperto, acredito até que ele possa estar melhor do que eu, mas eu gostaria de saber como ele tá, o que ele pretende com esse espirito aventureiro, sabe aquela preocupação de pai. Desde quando nosso pai sumiu ,eu passei a fazer  esse papel para ele.
Quantos anos ele tinha quando seu pai fugiu?
Doze.
Cara você acredita que ele possa ter seguido os passos de seu pai na primeira fuga?
Não sei se ele seguiu os passos do meu pai, pois ele nunca falou das possibilidade de ter encontrado o nosso pai... mas ele pode ter imaginado os lugares que meu pai frequentava e para lá se foi...
Existe uma possibilidade de encontra-lo.
Qual foi a ultima grande perda de seu irmão?
A nossa mãe.
Já foi em algum lugar que ela frequentava?
Sim, varias vezes.
Você já foi no cemitério? 
Não.
Então vamos?
Ao chegarem na porta do cemitério Fernando estava lá, vendendo balas como da primeira vez que fugiu, arrumando uma forma de se sustentar e tentar viver, dessa vez não vivia perto das festas mas perto do luto e da tristeza para valorizar a vida. Quando questionado ele dizia que precisava cuidar do tumulo da mãe.
As suas fugas eram parte de sua emoção, ele vivia a procura de quem tinha o deixado e foi assim que seu irmão resolveu deixa-lo para sempre, e sempre Fernando procurava seu irmão nos lugares onde Renan gostava de estar, nas livrarias, Bibliotecas e nas igrejas. Renan sempre a um passo a frente observava seu irmão de longe enquanto Fernando lhe procurava ia pegando intimidade com o  mundo do irmão que resolveu desaparecer para que Fernando aparecesse dando tranquilidade para a vó com quem passou a viver.
"Fujo para que viva, meu fraterno"

Por: Darlan Grossi - Revisão: Jéssyca Pinheiro

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Batalha não esta perdida.

Havia tanta esperança de cura, aquela nação lutava sem dar sinais de derrota, mesmo quando se dizia que ela estava perdendo ou não se tinha esperança para aquela nação, alguns dias a população ficava abalada, fraca como resultado dos últimos confrontos, mas nos outros seguia adiante como conseguia, não pensava em derrota. Quando tudo aparentava estar bem um sábado de manhã enquanto o mundo inteiro descansava ela foi atacada com violência, aparente mente os rebeldes que faziam a segurança de seu território estavam usando sua terra, agredindo sua flora e usurpando daquele povo trazendo terror. Quando temos um aliado que pode nos prejudicar pensamos em lutar sem recurso, os dias frios foram adiante com muito trabalho, a cada dia que se passava o governo junto do sacerdote achou por bem pedir auxilio de outros aliados, mas era tarde os inimigos estavam por toda parte, primeiro os impediram de correr e logo em seguida para viver não podiam nem andar, aquela nação fora tão assolada que no terceiro dia de destruição da cidade a população não falava e as canções de esperança só chegavam sendo trazidas pelo vento das nações vizinhas que acreditavam na vitoria, a cidade foi tomada em chamas, as crianças choravam pelas ruas, os homens seguiam em silêncio como ovelha segue para o abate, as mulheres só se faziam chorar e orar para Deus aliviar tanto sofrimento. As fumaças sufocavam os pulmões daquela nação, a cada dia uma tentativa de se manterem vivos, havia comida mas a doença tirou o apetite até do mais glutão que vivia naquele lugar. Os que morreram não foram enterrados ficaram espalhados  pela cidade fazendo a alegria dos abutres, e dos peçonhentos que saiam da terra para se alimentar da carne sobre o solo, a cidade acabou mas os que viveram estão por ai, enquanto tiver lembrança haverá esperança do grande dia em que o Rei virá restaurar aquela cidade devastada pela guerra. É essa esperança que nos fez seguir em meio ao luto e a dor da perda, ainda dois os dias apos a destruição da cidade foram de prantos e reflexão, os mais esperançosos arriscavam trazer a memoria os dias de gloria daquela cidade prospera.

in memoria de E. S. Pinheiro

Esse texto foi escrito em meio ao luto e é uma narração dos últimos dias de luta contra o câncer de uma pessoa que continuou perseverante até seus últimos dias de vida, a força de vontade dela deixou-me muitíssimo admirado, "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor." Isaías 55:8, sendo assim Deus conhece o melhor para cada um de nós e assim ele resolveu sessar essa guerra.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Papel em Branco




Já era tarde da noite, eu só fazia olhar para o teto, na televisão nada interessante, o papel e a caneta passaram a noite me observando eu também os olhava intrigado, mas nenhum de nos dois tomou atitude, assim as horas correram, o despertador tocou e nada foi escrito. Finalmente vencido pelo cansaço, andei até a cama, Fechei os olhos o tec-tec do teclado estava a assombrar minha mente , logo ficou mais forte, virou um tec-tec de maquina de escrever, aquele som enlouquecia-me e nada tinha a digitar. Quando o dia clareou, aquele papel sobre a mesa parecia ter vida própria gritava loucamente "EU QUERO SER ESCRITO, ESCREVA, ESCREVA". Sentei peguei a caneta pus sobre o papel, na intenção de escrever mas nem sabia o que, na verdade naquele momento não tinha nada para ser escrito que mereça ser lido.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O Buraco - Parte III

A GRANDE CURA



Os dias foram passando, mas não importava quanto tempo havia passado o vazio continuava e Rogério nunca se acostumou, as vezes o buraco estava tão grande que mal conseguia se sentir vivo e foi numa dessas ocasiões que no meio do caminho do trabalho decidiu mudar o rumo, simplesmente passar a manhã sentado no banco da praça, vendo os pombos sendo alimentados por uma senhora, enquanto, outras pessoas corriam ou faziam Yoga, o sol ainda ganhava força, os passarinhos cantavam em cima de uma árvore morta e Rogério sentiu inveja dos galhos secos que mesmo sem vida se faziam mais vivos que ele com o cantorio dos pássaros.
Quando menos esperava um velho se aproximou e perguntou: Posso me sentar?
Como você diz não para um senhor em um banco de praça? simplesmente você não diz, apenas sorri e fala fica a vontade. afinal, o banco é público.
- Sinto saudades de quando eu tinha sua idade. Disse o Senhor ao Rogério e continuou: Desculpe eu me chamo Fernando.
Rogério apenas assentiu com um sorriso, mas o Sr. Fernando não parou por ai.
-Como se chama, meu jovem?
-Rogério.
-Você não me parece muito bem, terminou com a namorada?
-Não, eu sofro de vazio.
Rogério esperava que o velho nunca tivesse ouvido falar mas para sua surpresa  Fernando disse: conheço bem esse problema.
-Conhece?
-Sim, meu jovem, é mais comum do que se imagina, eu mesmo já sofri com um buraco imenso no meio do peito.
- Já sofreu? Existe cura?
- Sim existe cura.
Fernando contou toda sua experiência desde como ele percebeu que faltava alguma coisa e as mais loucas aventuras que a vida pudera lhe proporcionar, não muito diferente das curtições de Rogério, na verdade só mudou a época e o local onde se passava.
-Todas as nossas tentativas de preencher o vazio são frustrantes, pois não somos nós quem nos preenchemos.
-Não? Questionou Rogério surpreso.
-Não, quantos anos você tem?
-vinte e quatro.
Rogério estava um tanto impaciente em meio a paciência do idoso e respondeu cheio de pressa tudo o que Fernando lhe perguntava.
-Você tem a sorte grande meu jovem. só não ira se curar se for tolo o suficiente...
Rogério não intendeu o que Fernando queria dizer mas confirmou com a cabeça.
... a cura foi dada a nós há mais de dois mil anos...
- Do que o senhor esta falando?
- Do sangue de Cristo que foi derramado por amor aos homens.
-O que o sangue de Cristo tem a ver com isso?
- Durante quarenta e oito anos eu vim tentando encontrar a cura, confesso que algumas vezes eu quase me senti completo, por centímetros eu quase consegui preencher o vazio, mas não importava o quanto eu mesmo tentava fechar o buraco, meu esforço era insignificante.
- E quando entra o Cristo nessa história?
- Depois de tanto meu irmão me convidar para ir a igreja um dia aceitei. Quando cheguei lá parecia que Deus falava diretamente comigo...
-Essa é a curá? Rogério interrompeu com um ar irônico.
-Rapaz, esse vazio só pode ser preenchido com Jesus Cristo. Bem, você sabe o vazio é a falta de algo dentro da alma, do coração.
-Mas nós podemos preencher com muitas coisas.
- Rogério, Você pode ser o homem mais rico desse mundo, nunca lhe faltar nada, Mas o vazio estará lá. Eu tentei preenche-lo com viagens, filosofia, religião, álcool, sexo, maconha, cocaína, pornografia, antidepressivos,calmantes, namoradas, futebol e nada, o buraco variou de tamanho, mas nunca foi preenchido.
- Porque Jesus não vem e simplesmente nos preenche.
- Ele é amoroso, porém educado. Se você convidar Jesus, pessoalmente, para morar em seu coração, Ele vai ouvi-lo, ainda que você possa ser a pior pessoa deste mundo, se pedir, Ele vai lhe dar do pão e da água da vida.
Rogério riu e disse incredulamente: É só isso?
-Garoto, quando eu tinha sua idade, uma amiga da faculdade me fez o mesmo convite que meu irmão refez vinte e quatro anos depois. Espero que você não seja tolo o suficiente para sofrer tanto tempo sem aceitar a solução para esse maldito buraco.
Rogério se levantou com raiva do velho e saiu andando, no meio do caminho pensou em perguntar para o Sr. Fernando: E se eu não acreditar em Deus? mas quando ele chegou ao banco em que estava anteriormente sentado, o senhor tinha partido, no lugar havia um livro de capa preta e um bilhete que dizia:
Rogério, Mesmo que você nunca tenha acreditado que Deus exista , Ele vai falar ao seu coração através desta mensagem.
O Jovem olhou para o céu crendo que o velho só poderia ser um anjo e disse: Jesus, se você existe, faça morada dentro de mim. Depois dessas palavras Rogério começou a sentir o vazio ser preenchido até ser completamente selado.

domingo, 31 de agosto de 2014

O Buraco - Parte II

DESESPERO



Para o amigo foi a coisa mais estranha que viu em alguém. Rogério logo contou aos pais que vinham lhe visitar no fim de semana, a mãe estava se afogando nas próprias lagrimas, o pai ficou arrasado com o tamanho do buraco. Ver o pai transtornado foi o que deixou-lhe mais desestabilizado. Alice foi visita-lo, não acreditou no que viu, nem no que ouviu.
-Tem cura?
-Não sei.
-Como ninguém nunca viu?
-O terapeuta me fez enxergar, só conseguem ver quando eu conto.
-Sempre esteve ai?
-Sim!
-Mas você me parecia tão feliz.Tem cura?
-Amor, eu não sei.
Alice ficou com cara de velório, sem jeito disse que precisava ir, abraçou Rogério com cuidado e beijou-lhe, estava na cara que ela queria fugir.
O final de semana passou, os pais de Rogério viram que ele estava aparentemente bem e partiram, sua mãe ligava ao menos três vezes ao dia.O amigo sempre presente disse: Cara, você precisa esquecer esse vazio e levar a vida como era antes.
-Nunca mais será igual.
-E se não tiver cura?
-Aaahhh, Rogério, para, a cada dia se descobri cura para alguma coisa.
-É mesmo.
-Vamos extravasar essa noite?
-Tá, pode ser.
Mais tarde quando Pedro chegou viu Rogério triste e desmotivado, percebeu que o buraco estava maior, mas se fez de desentendido e perguntou: O que aconteceu?
-Mano, a Alice terminou comigo.
-Precisava ser logo agora?
-Achei ótimo ter sido assim, não queria ela comigo por pena.
-Pior que é. Para ela ter feito isso certamente não te amava.
-Pode ate ser isso, mas eu vejo que se foi mais um pedaço de mim,olha como ficou maior.
-Rogério, ela terminou o namoro é o vazio cresceu? E se esse problema se resolver com sentimentos, emoções e sensações?
Uma pausa...
Rogério olhou radiante para seu amigo como quem olha para Albert Einstein.
-Não me olhe assim, eu só deduzi o caso.
-Cara você pode ter encontrado a cura para o meu problema. Isso é incrível.
Os dias se passaram e Rogério não sentia tanta falta de Alice, na verdade a descoberta de seu amigo lhe deixou tão esperançoso que mal tinha tempo de pensar em seu antigo relacionamento, foi impulsionado a viver com intensidade; A principio começou com a balada daquela noite onde dançou, bebeu, fez novos amigos e nos dias que se seguiram percebeu que quanto mais estava ocupado mais insignificante o buraco ficava, cada copo, cada festa, cada mulher que caia na sua rede deixa-o um homem mais normal tanto quanto todos poderiam ser, a cada manhã quando ia escovar os dentes e se admirava no espelho e percebia que o buraco ainda estava ali, ora maior ora menor. Um dia desses, quando Rogério não esperava ninguém em sua casa a campainha tocou, viu no olho magico que era Alice.
-Quanto tempo!
Alice ficou sem jeito e disse: Faz algum tempo.
A tristeza era evidente em seu olhar, a fala confirmava o sentimento que Alice carregava consigo.
-Em que posso ajuda-la?
- Precisamos conversar.
-Sobre?
-Estou doente.
Alice desabotoou alguns botões da camisa e mostrou a Rogério
-Tenho um igual ao seu, agora.
-E como você esta se sentindo?
-Tentei suicídio algumas vezes, mas não tive coragem o suficiente... sou uma covarde. Disse frustrada.
A ex começou a chorar, Rogério amparou-a em seus braços e consolou a pobre menina de coração vazio.
-Calma garota, você é muito corajosa, ainda esta aqui.
-Eu não sei mais o que fazer.
-Tenho a resposta.
-VOCÊ TEM A CURA?
-Não é bem a cura, mas te faz se sentir melhor.
-Qual é o remédio? Vende em qual farmácia?
-Não vende...
-Como faço para ter esse remédio?
-Esse vazio é a ausência de sentimentos, emoções e sensações, não sei bem.
-E como me curo?
-Viva a vida como se fosse morrer amanhã. Viaje, faça coisas que goste de fazer e tenha o máximo possível de amigos ao seu redor, você vai perceber que quanto mais se sente feliz e amada menor fica o vazio.
-É sério?
-Experimenta para vê se funciona.
Os olhos de Alice brilharam como o de uma criança quando ganha um doce, seu choro e lamento já tinham perdido espaço para um tímido sorriso de esperança.
Naquele dia Rogério contou como o fato de ela ter lhe deixado contribui para a solução do problema, que agora ambos sofriam.
Alice ficou admirada e até pensava em reatar o namoro. Essa expectativa fez com que um notasse o vazio do outro diminuindo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O Buraco - Parte I

A DESCOBERTA



Virou para seu amigo Pedro, colocou as mãos no rosto e começou a chorar.
- Acho que sou um fracassado.
Ele, que era o popular entre as mulheres, exibia seu físico na praia, ótimo nadador, extrovertido e se via frustrado:
- Terminou o namoro?
- Não.
- O que aconteceu?
Nenhuma resposta foi ouvida naquela sala, Pedro foi a cozinha e volto com uma garrafa de vinho e dois copos, quando chegou, teve um choque e se desesperou:
- Meu amigo o que esta fazendo no chão?
- Não sei mais o que fazer.
Cheguei mais perto dele ofereci apoio para que ele se levantasse e disse: você quer sair?
- Não,só preciso dormir.
Depois de algum tempo, Alice toca a campainha, para sua surpresa o amigo de Rogério atendeu a porta. Ela foi até o quarto e
ao encontrar Rogério, fez carinho, encheu-lhe de beijinhos apaixonados, tentou conversar com ele e não teve dúvidas.
-Depressão.
Nos dias que se seguiram Rogério tomou a garrafa de vinho sozinho, chorou,pensou em todas as coisas que aconteceram em sua vida,
não foi hipócrita reconheceu que até aquele momento maiores foram as alegrias do que as tristezas. Alice ligou varias vezes durante a semana sem sucesso e quando conseguiu falar, reclamou: Como é,Rogério? E essa depressão que não passa!
Eu sou o motivo dela?
Em voz lenta e sem emoção ele disse: Não. E foi a primeira vez que resolveu falar em psicologo para tentar levantar sua baixa estima.Depois que melhorou um pouco passou a marcar sessões de terapia. Passaram-se algumas consultas e o terapeuta foi direto em suas palavras: Você precisa se encontrar no espaço, tem um vazio que precisa ser preenchido.
O homem franziu a testa e indagou:
O que isso quer dizer? Que estou perdido?
E o terapeuta:
Você precisa se encontrar, precisa procurar algo para tapar esse buraco. Indicou com o dedo a região do peito.
Rogério acompanhou o movimento e ao olhar para a área do coração, veio a resposta para tanta tristeza, tanta desmotivação sem aparente explicação.
-VAZIO!?
Era a surpresa com a incerteza do obvio, se questionou e colocou a mão de um lado para sair do outro e até olhou no espelho para ter certeza do vazio que sempre esteve ali mas nunca tinha sido percebido nem por ele e nem por ninguém.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A Perseguição - Por: Darlan Grossi

Os sentidos do jovem já tinham se perdido na amarga estrada da vida,naquela noite voltava para
casa sem companhia, o deserto das ruas lhe deixavam com certa insegurança, tentava concentrar seus pensamentos em qualquer outra coisa mas a unica coisa que vinha a mente era o MEDO de ser assaltado, ou até mesmo, ter seus órgãos vendidos em um mercado negro, a essas horas já estava pensando no próprio corpo abandonado em uma banheira com gelo em qualquer Motel barato pela cidade. 
Percebeu que alguém estava as espreitas, como um lobo pronto para atacar, diversas vezes olhou para traz, mas não viu ninguém, enquanto caminhava, podia escutar alguém lhe seguindo, seus passos aumentaram de velocidade, a pupila dilatou, o coração acelerou, e seu corpo estremeceu com a quantidade de adrenalina liberada, apos virar diversas vezes na tentativa de identificar seu perseguidor, chegou a conclusão que naquele momento a melhor coisa a se fazer era correr. foi-se o jovem na disparada, era pouco menos de um quilometro até chegar em casa, quanto mais corria, identificava pelo som que seu perseguidor estava mais próximo, e cada vez mais próximo. Subiu as escadas em acelerado, deixou a chave cair e não teve coragem de descer, se ajoelhou e começou choramingar e suplicar misericórdia ao suposto perseguidor, minutos depois percebendo que nada aconteceu ou iria acontecer, se acalmou e disse para si mesmo: Que viagem doida.
Finalmente resolveu se levantar e pegar as chaves e percebeu que não tinha, assaltante, assassino e nem traficante de órgão humano em seu encalce, a ideia de perseguição foi dada por um papel de sorvete que estava grudado no sapato o tempo todo.
Klein sentiu-se o mais covarde de todos, teve pavor de imaginar o que seus amigos pensariam, se tivessem visto o papelão dele diante de uma embalagem grudada em seu sapato. 

domingo, 17 de agosto de 2014

A Verdadeira Revolução esta na Educação


A grande hipocrisia estava na boca do revolucionário que fumava um Calton,
O mesmo cigarro fumado pelos marinheiros abordo de um navio qualquer,
Era produzido por uma fabrica em algum lugar sobre ordem de um milionário. 
Sem educação não se faz revolução, o progresso não esta na ordem das coisas.
Mas se encontrava no progresso mental do falso socialista que esteve dormindo,
Quando acordou descobriu que todo o comunismo era um sonho bom e o socialismo 
Existente era pura utopia, mentirosos eram os Burgueses que não dormiram nem sonharam.
Apenas dançam a musica, jogam o jogo respeitando as regras difíceis.
Viver é melhor que sonhar, treino é treino e jogo é jogo,
Então por que não treinar certo para se ganhar o jogo?
Não concorda com as regras do jogo? Fuja.

Não quer ser covarde? Jogue.
Não quer jogar? Fuja.
Não quer fugir? Jogue.
Não quer jogar? Observe.
Não quer observar? Jogue.
Não quer jogar? Então reclame, proteste, proclame.
Não garantimos mudança sem educação.
Obrigado.





Esses versos são as minhas impressões formadas e inspiradas por um filme chamado Os Edukadores (detalhes abaixo),  se encontra disponível no YouTube, recomendo aos meus amigos que gostam de um bom filme Cult, querendo se aprofundar nos aspectos filosóficos desse filme recomendo um podcast do link abaixo.

EDUKATORS 


Jan e Peter são dois jovens que acreditam que podem mudar o mundo. Eles se denominam como "Os Educadores" - rebeldes contemporâneos que expressam sua indignação de forma pacífica. Eles invadem mansões, trocam móveis e objetos de lugar e espalham mensagens de protesto. Jule é a namorada de Peter, que está passando por problemas financeiros e, por causa deles, está saindo de seu apartamento alugado. Tempos atrás Jule se envolveu em um acidente de carro, que destruiu o automóvel de um rico empresário. Condenada pela justiça, ela precisa pagar um novo carro no valor de 100 mil euros, o que praticamente faz com que trabalhe apenas para pagar a dívida que possui.

Título original: Edukators

Direção: Hans Weingartner
Ano: 2004
Origem: Alemanha
Duração: 126 min.
Colorido
Elenco: Daniel Brühl, Julia Jentsch, Stipe Erceg
Classificação indicativa: 14 anos
Prêmio: 2004 - Munich Film Festival -- Prêmio jovem do cinema alemão -- Melhor ator (Stipe Erceg), melhor direção (Hans Weingartner), melhor roteiro (Hans Weingartner e Katharina Held)
2005 - Bavarian Film Awards -- Melhor atriz jovem
(Julia Jentsch)
2005 - German Film Awards - Film Award in Gold -- Melhor ator coadjuvante (Burghart Klaußner) // Film Award in Silver -- Melhor filme 2005 - German Film Critics Association Awards -- Melhor atriz (Julia Jentsch) / Melhor filme (Hans Weingartner)
2006 - Chlotrudis Awards -- Melhor filme na categoria "Tesouro enterrado"


PODCAST que discute o assunto mais filosoficamente. 

A riqueza é um problema da sociedade? A pobreza é culpa de quem é rico? Num bate papo descontraído, Rodrigo e Isaque discutem os problemas dos modelos econômicos mundiais, a má distribuição de renda e o pragmatismo social nesse filme cult de circuito alemão.

http://cristaoscansados.net/filosofando-03-os-edukadores/


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Relatos de Naufrago

O dia em que sai de casa era frio e chuvoso, não olhei para traz não queria correr o risco de desistir e ser
reconhecido como covarde.  Parecia ser meu último dia, tudo que vivi até ali correu em minha mente. Será que vou conseguir? Será que é a melhor coisa a se fazer? Diante de todos esses questionamentos tive meus valores éticos e morais desconstruídos para ser construído um caráter forjado em ferro e fogo. Estávamos isolados do mundo, dos amigos e da família. Rodeados de diversas pessoas na mesma situação. Alguns desistiram de viver, outros morreram vivos sendo levado a um estado deplorável de miséria mental sem referência de humanidade, foram retirados de nosso convívio em camisa força ou jogados ao mar. Com o tempo fomos encontrando nosso grupo, as novas amizades impediram a extinção da identidade pessoal além das cartas que soavam em nossas vidas como ecos do passado que nos faziam ter sentimento e impedir que nos transformássemos em bucaneiro apesar de alguns terem hábitos de piratas.

domingo, 3 de agosto de 2014

Livro Fiel de Jessé Andarilho

Título: Fiel

Autor: Jesse Andarilho
Editora: Editora Objetiva
Edição: 1
Ano: 2014
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 216 páginas
ISBN: 978-85-3900-583-3
Peso: 280g
Dimensões: 210mm x 140mm




Um jovem Cristão, aluno aplicado, ótimo filho e ainda bate um bolão como ninguém, à história se passa na comunidade de Antares onde tem um grande amigo que se chama Girino, esta com ele nas horas boas e ruins quando possível, na favela também vive seu amor platônico Jéssica que só da bola para os bandidos e se aproxima de Felipe quando precisa tirar boas notas na escola, Felipe vê na separação dos pais uma oportunidade de fazer tudo o que seu pai recriminava desde ouvir músicas fora do contexto religioso até o de ir ao baile funk onde todos os seus colegas se encontravam, na rua ele é reconhecido por suas habilidades futebolísticas e convidado por um dos bandidos para jogar no time do trafico contra um time rival, o jovem aceita e impressiona o Chefão que paga por cada gol feito depois desse jogo sua vida muda para sempre o leitor que acompanhar essa trama de pouco mais de duzentas páginas sentira vontade de rir e chorar vai ter tanta raiva que ira querer jogar o livro pela janela ou contra a parede, vai se afeiçoar tanto com o personagem que se não cuidar correra o risco de ser diagnosticado com a Síndrome de Estocolmo.

        Jessé Andarilho cria uma boa narração que prende o leitor de uma forma dinâmica, com diálogos bem arranjados que faz a leitura fluir rápido, em algumas horas o livro chega ao fim com gosto de quero mais. Personagem está incutido em nosso cotidiano à história tem um pouco dos problemas de cada cidadão, mesmo que de maneira superficial, pois o foco do texto é nos mostrar o ciclo de um jovem no tráfico.



segunda-feira, 14 de julho de 2014

Dia de Branco.

Será que ninguém trabalha amanhã? Quando eu era criança minha falecida vó dizia: Vamos entrar
que amanhã é dia de branco. Eu cá com meus pensamentos de criança estranhava porque sabia que segunda não era dia de terreiro.  Um dia perguntei a ela: Vó porque você diz que segunda é dia de branco se agente vai na macumba só as quartas? A Dona Olinda achou maior graça me contou que o primeiro dia de trabalho da semana era o dia que o uniforme dos enfermeiros, médicos e marinheiros estavam impecáveis, por isso que os antigos diziam que segunda era dia branco. Depois da idosa me explicar não perdeu a oportunidade de dar boas risadas com as amigas na porta de casa. Isso foi há muito tempo atrás quando os bailes eram matines, as crianças ainda dormiam com canções de ninar, hoje não existe mais esse respeito nem mesmo nos domingos que nossa canção de ninar evoluiu para um estrondoso e ensurdecedor som do batidão. O som do galo que cantava na alvorada e fazia os vizinhos reclamarem já não são nada diante do despertador de rajadas de tiro trocadas entre policiais e bandidos.  Espero um dia ter uma noite de sono mais tranquila, poderia até ser aqui mesmo, espero que um dia em Antares reine a paz. Quando o cessar fogo acontece sei que é hora de levantar,  eu acho que aqui o despertador é diferente não levantamos quando o relógio manda, e sim quando não estamos mais expostos ao perigo. Ai já é hora de correr pra tentar pegar um trem um pouco mais vazio, vou-me as pressas nessa hora, e sou obrigado a pegar a Kombi até a estação, chegando lá,  a fila está quase dando a  volta no mundo, me pergunto mentalmente será que chego a tempo? Isso é insignificante, já estou atrasado mesmo. As pessoas estão tristes parece que a grande maioria trabalha por obrigação não por prazer, o pior de tudo é essa viagem, me sinto como uma das galinhas da Granja do Davi amontoadas naquelas gaiolas superlotadas aguardando seu abate. No meu caso todos os dias penso que vou morrer esmagado, a cada estação mais e mais pessoas se espremem ao ponto dos vagões serem comparados com latas de sardinha, porem exclusivamente hoje poderia até cogitar uma morte por sufocamento pelo bafo da cachaça do pessoal que vai trabalhar de ressaca, tem aqueles que tomaram o trem e esqueceram do banho, nem ao menos um desodorante para aliviar os outros que compartilham o mesmo ambiente ou os que não tomaram café e nem escovaram os dentes, segunda-feira acaba sendo um dia típico para essas podridões. Antes de chegar a Marechal minha camisa já se faz encharcada de suor, pelo menos um alivio, sei que depois de Deodoro não entra mais ninguém porem estou em uma situação desconfortável, preciso  me mexer e remexer e sair daqui,  tem alguém roçando em mim.  Vou tentar bufar, de repente resolva... a reclamação é vã, pois tem sempre alguém gritando: não quer ir no aperto vai de táxi
, todo mundo tá na mesma situação difícil. Ouvi um murmúrio e cheguei a conclusão de que desejava esta no vagão das mulheres. Elas estão lá por causa desses despudorados. São Cristóvão, o trem parou, as pessoas chiaram, alguns forçam as portas logo o pessoal desceu, eu só sigo o fluxo, de forma irônica vejo que eu não tenho querer,  seguir o povo é ser empurrado, arrastado sem alternativas, quando vejo já estou andando pelos trilhos rumo a Central, olho para traz e vejo mais um vagão incendiado pelos revoltosos que mais tarde serão chamados pelo prefeito de vândalos.

Mais um dia chego atrasado ao trabalho e tenho que assumir minha culpa sem te-la. O chefe pergunta por que chegou atrasado? Apesar de ter opções rotineiras para justificativa prefiro dizer que não tenho nada a dizer, pois não acredito que o patrão não leia jornal, não acredito que o patrão não saiba onde eu more e não acredito que o patrão não saiba que minhas únicas alternativas e vir pela Avenida Brasil em um trajeto de quase quatro horas de viagem ou contar com a sorte em trens,já  que ao embarcar em um o cidadão não sabe se vai chegar ao seu destino vivo. Ele sabe de tudo isso, porque já está cansado de escutar as desculpas, e segundo ele são esfarrapadas, diz que minha imaginação é fértil demais. Isso é porque ele mora na parte mais tranquila da selva onde não tem trânsito e o transporte publico é eficiente, se é que algum dia ele precisou de um, o que ele vê na televisão trata como pura ficção e assim foi mais um dia de trajeto do pobre, morador de Antares, que anda de ônibus e trem e mora em lugares tão longe que até Deus duvida que a UPP vá chegar, apesar do BOPE está sempre por lá.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Deus se importa?

Deus se importa?
Ele não é todas as coisas,
Mas se faz presente em todo lugar.
Quando negamos a nós mesmos,
Estamos vivendo uma verdade alheia a nossa verdadeira natureza,
Mas quem vive em sua própria natureza sem que seja enganado por ela?
O racional precisa ser forte para o irracional não prevalecer,
Às vezes é tão forte,
Mas sua necessidade de fugir do racional é mais forte ainda,
As pessoas se afogam em copos de destiladas e fermentadas
Para parecerem mais cruas de si mesmas.
Uns homens pegam as plantas para fazerem parte de si,
Em um trago ou em um gole de chá,
Os que usam jaleco branco já os fizeram em comprimidos alucinantes,
Por um segundo da uma liberdade incondicional,
No outro logo acaba,
Vejam o que restou!
Um homem querendo mais e mais, na esperança de ser um animal irracional.
Talvez seja tarde, e o que em baixo do viaduto,
Seja você que se perdeu em busca da liberdade.
Não soube ser forte,
Quis enfrentar desafios sozinho,
Agora vive jogado no nimbo esperando a morte chegar,
Em um momento de lucidez
Onde a autodestruição parece descansar
Você pergunta: Deus se importa?
E resposta nenhuma obtém,
Absteve-se do Criador
Para viver sua natureza selvagem.
E você pergunta loucamente:
Deus se importa? Deus se importa? Deus se importa? Deus se importa?
E logo vem uma resposta
Como um eco em sua mente.
Você se importa?
O bicho homem coça os ouvidos para ter certeza
E logo o turbilhão frenético vem em sua mente.
Você se importa? Você se importa? Você se importa? Você se importa?
O quanto você tem se importado consigo mesmo?
Essas palavras foram o suficiente,
Houve um tempo de silêncio,
E a conclusão.
Sim, Deus se importa.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Manifesto

                                                            Manifesto

Passagem vai aumentar, era o que se falava na internet e na televisão,
Nós dias que se seguiram as ruas se encheram, pessoas reivindicando,
Era como a praia, um lugar para todos,
Ninguém queria protestar os quinze centavos da tarifa,
Era algo maior, muito grande, começou pequeno, quase não se via,
Estávamos alienados, a besta cresceu diante de nossos olhos,
Engoliu a saúde, devorou a educação e algemou a segurança pública.
Os fantasmas da opressão se tornaram opressores,
Uma sociedade virtual, virou real e mostrou sua cara com mascara,
0 gigante maior que a besta despertou,
A besta com o país em suas mãos acreditou na própria soberania,
Recuou e avançou, não para guerra,
Avançou para a festa,
Foi tão fácil quanto calar uma criança que chora com doce,
Guardou-se a mascara na gaveta,
Para as mulatas sambarem,
Os gringos usurparem,
A bola rolar até o juiz apitar, PRIIIIII....
É fim do bacanal na terra dos bacanas,
Agora podemos soltar os cavaleiros do Apocalipse
Peste, fome, guerra e morte,
Nada mudou o juiz apenas apitou,
Será que o canarinho cantou?

 Darlan Grossi

terça-feira, 17 de junho de 2014

MORTE SECA E VIDA INJUSTA
Por:  Darlan Grossi

         Mais uma manhã no Hemo Rio,dia quente e insuportável, dentre muitos doadores que passam por aqui existe uma história que merece se contada. Marcelo a cada três meses vai fazer esse gesto rotineiro de salvar vidas com seu sangue, isso desde quando precisou de sangue um dia quando havia sido atropelado, o doador 1223, tipo sanguíneo O-, saiu caminhando a passos lentos com destino a Central do Brasil distraído chamou a atenção de quem não devia no meio do caminho próximo a Avenida Presidente Vargas mais precisamente em frente a Central da Rádio Mec, foi abordado por um branquelo, magro, com olheiras e sujo as mãos nem pareciam suas de tão encardidas em uma delas segurava um revolver:
     - Será que tá carregado? Questionou o jovem estudante de enfermagem mentalmente após té-la encostada bem próxima de si.
Uma hora dessas a pupila dilata, o coração acelera e você realmente não sabe o que vai fazer Marcelo como bom morador do Rio sabia que reagir seria tolice, então esperou as ordens do marginal.
        - Passa a bolsa e o celular. Foram as palavras desesperadas do assaltante cujo comportamento era de um viciado em abstinência.
      O estudante de enfermagem nem pensou duas vezes atendeu de pronto e imediato a ordem do assaltante.Afinal de contas seu Bilhete Único estava no bolso junto com a identidade que deixou separada para preenchimento das papeletas de doação eram as únicas coisas de valor naquele instante, além dos livros e cadernos com anotações que carregava em sua bolsa, mas esses que valor teria para um individuo que estava a se criminalizar com um pequeno furto?
      Quem também não pensou duas vezes foi um policial civil que no memento exato da abordagem o carro no qual dirigia parou no trânsito quase ao lado da ocorrência saiu do veiculo já com a arma em punho e não exitou em apontar para o ladrão e ordenou ao viciado que largasse a arma, o assaltante largou mas antes foi inundado de um grande ódio que o fez atirar em Marcelo intuitivamente como se o pobre homem tivesse culpa no cartório e da mesma forma o policial apaisana disparou contra o atirador.
      -Dois baleados na Praça da Republica. Ouvia-se o militar dizer pelo rádio. Aos poucos o trânsito parou e a rua encheu de curiosos, algumas testemunhas oculares do fato, funcionários da rádio já tomavam notas, policiais e mais policiais chegaram ao local. Uma idosa frequentadora da região dizia: É um absurdo a delegacia e logo ali e veio acontecer uma coisa dessa bem aqui próximo, ninguém respeita nada. E cadê a policia quando alguém precisa? Agora que aconteceu tem um monte deles aqui. Um homem intuitivamente respondia ao questionamento da senhora: Agora não adianta. Esse pensamento era o mesmo que passava pela cabeça daqueles que caminhavam por ali com constâncias.
      O assaltante ficou agonizando até o socorro chegar a policia estava ali para impedir o linchamento do bandido, o povo sempre tem um desejo sanguinareo por justiça mesmo quando o ocorrido é com um desconhecido, afinal poderia ser com um familiar de qualquer pessoa ali presente, já Marcelo não teve essa oportunidade de agonizar a espera de socorro, os olhos que brilhavam arregalados de pavor agora perdiam o brilho da vida. Mais tarde de maneira a consolar uma mãe desesperada ou faze-la sentir menos dor os peritos disseram que o falecido teve uma morte instantânea, nem houve tempo de sofrer. Se lamentava a morte de mais um jovem, um futuro frustrado, mais um para estatistifica de violência no Rio de Janeiro, mais uma mãe inconsolável que dizia nos jornais que o filho deveria ser chamado de santo, pois estava voltando de um ato de amor para com o próximo quando a tragedia aconteceu. Um fato que passou despercebido para a mãe, a policia e os repórteres é que o assassino que matou o pobre estudante foi socorrido por uma ambulância que lhe deixou no Hospital Souza Aguiar onde foi submetido a uma cirurgia com pouca chance de sobreviver, ele tinha uma tipagem sanguínea rara e por sorte na manhã daquele mesmo dia houve uma reposição no banco de sangue do Hemo Rio, a recuperação foi bem sucedida e o criminoso foi encaminhado ao presidio onde nem se quer sabe que o homem ao qual matou mesmo depois de morto salvou a sua vida.