quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O Buraco - Parte I

A DESCOBERTA



Virou para seu amigo Pedro, colocou as mãos no rosto e começou a chorar.
- Acho que sou um fracassado.
Ele, que era o popular entre as mulheres, exibia seu físico na praia, ótimo nadador, extrovertido e se via frustrado:
- Terminou o namoro?
- Não.
- O que aconteceu?
Nenhuma resposta foi ouvida naquela sala, Pedro foi a cozinha e volto com uma garrafa de vinho e dois copos, quando chegou, teve um choque e se desesperou:
- Meu amigo o que esta fazendo no chão?
- Não sei mais o que fazer.
Cheguei mais perto dele ofereci apoio para que ele se levantasse e disse: você quer sair?
- Não,só preciso dormir.
Depois de algum tempo, Alice toca a campainha, para sua surpresa o amigo de Rogério atendeu a porta. Ela foi até o quarto e
ao encontrar Rogério, fez carinho, encheu-lhe de beijinhos apaixonados, tentou conversar com ele e não teve dúvidas.
-Depressão.
Nos dias que se seguiram Rogério tomou a garrafa de vinho sozinho, chorou,pensou em todas as coisas que aconteceram em sua vida,
não foi hipócrita reconheceu que até aquele momento maiores foram as alegrias do que as tristezas. Alice ligou varias vezes durante a semana sem sucesso e quando conseguiu falar, reclamou: Como é,Rogério? E essa depressão que não passa!
Eu sou o motivo dela?
Em voz lenta e sem emoção ele disse: Não. E foi a primeira vez que resolveu falar em psicologo para tentar levantar sua baixa estima.Depois que melhorou um pouco passou a marcar sessões de terapia. Passaram-se algumas consultas e o terapeuta foi direto em suas palavras: Você precisa se encontrar no espaço, tem um vazio que precisa ser preenchido.
O homem franziu a testa e indagou:
O que isso quer dizer? Que estou perdido?
E o terapeuta:
Você precisa se encontrar, precisa procurar algo para tapar esse buraco. Indicou com o dedo a região do peito.
Rogério acompanhou o movimento e ao olhar para a área do coração, veio a resposta para tanta tristeza, tanta desmotivação sem aparente explicação.
-VAZIO!?
Era a surpresa com a incerteza do obvio, se questionou e colocou a mão de um lado para sair do outro e até olhou no espelho para ter certeza do vazio que sempre esteve ali mas nunca tinha sido percebido nem por ele e nem por ninguém.

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