terça-feira, 4 de novembro de 2014

MEU PRIMEIRO SKATE

Eu estava curtindo aquela sensação gostosa do descomprometimento com a escola por consequência do fim do ano letivo, a aprovação era certa, naquele ano que eu poderia arriscar em puxar na memória ser o ano 2000, meu pai resolveu levar eu e meus dois irmão para comprar meu primeiro skate e peças para os skates deles, para minha surpresa meu pai acabou comprando um para si. Quem diria o velho pioneiro voltando a ativa, hoje compreendo que meu pai era jovem, mais jovem que muito jovem de hoje.
Naquela tarde chuvosa eles passaram escolhendo lixa, rodinhas, rolamentos e shapes de acordo com a qualidade do produto e eu apenas uma criança escolhi meu skate pelo desenho no verso. 
O pai nos deixou a vontade em relação ao lanche, dezembro o decimo terceiro na conta as coisas pareciam ser mais fácil, eu comi dois croassant com Coca-cola meus irmão se deleitaram em uns três ou quatro salgados, ao fim daquela expedição na galeria River em seu nobre endereço locado em Ipanema, enfim embarcamos no ônibus e voltamos para a Zona Oeste com nossos produtos, atraves da janela respingada de chuva e embaçada eu via um belo momento de minha vida se tornar memória de uma boa tarde entre irmãos.
Ansiosos por andar, meus irmão chegaram em casa e fizeram a manutenção em seus carrinhos(skates), enquanto eu estava pronto para dormir eles estava prontos para sair, minha mãe pediu esclarecimento de onde iriam e que horas iriam voltar. Sabendo que eles iriam andar de skate pulei num despertar, todo aquele sono sumiu, depois de um breve período de insistência eles acabaram levando-me para andar de skate no Polo, nome dado a uma fabrica abandonada perto de casa, ali os jovens daquele bairro fizeram um skate park de improviso onde se faziam manobras não só de skate mas eles também manobravam suas dificuldades de aceitação de um esporte que hoje vai deixando de ser marginalizado e vai ficando elitizado.

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